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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

E. RABELLO

 

Biografia publicada originalmente em 1977:

 

E. RABELLO é o nome literário de Eustásio dos San­tos Rabello. Nasceu em São Felix, Estado da Bahia, no dia 29 de março de 1904.

Oficial da Armada, atualmente reformado.

Atividade literária: Colabora assiduamente no Correio de São Felix, já publicou poemas em A Tarde, de Salvador, além de publicações em outros jornais e revistas.

Publicou um livro de poesia intitulado "Férias Outonais", que lhe valeu átimos referências de Luis Gonzaga Dias (Di­retor do Correio de São Felix), Sabino de Campos (escritor e poeta), Dr. Arthur Marques, jornalista, Fernando Gonçalves, de O Fluminense, eíe.

Reside no Rio de Janeiro, RJ.

 

ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL.  2º. VOLUME.    Organização de Aparício Fernandes.  Capa  de Ney Damasceno.  Rio de Janeiro: Folha Carioca Editora Ltda., 1977.  496 p. 

Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

 

 

ANO NOVO

 

Um novo ano se inicia. Vês?
Estamos nós em seu primeiro mês,
fundadas sejam nossas esperanças.
Que palmilhemos vias mais floridas;
que mais fraternalmente unamos vidas,
cruzando em céus azuis e em águas mansas.

 

Que cada um, buscando seu caminho,
considerando não estar sozinho,
ajude o companheiro na escalada.
E que das messes sazonados pomos,
vivos, tenhamos tantos quanto somos,
eis que em morrendo não levamos nada.

 

Que o cientista não forneça, não,

ao que é contra a civilização

o maquinismo que produz o mal.

E que os altares, lapidando almas,

Possam nos dar horas tranquilas, calmas,

propiciando a paz universal.

 

Que tendo Cristo em mente, redivivo,

e os grandes feitos como objetivo,

forjemos um porvir alviçareiro.

Que era feliz a todos lar conforte;

que brilhes mais, Brasil, do Sul ao Norte,

às luzes das estrelas do Cruzeiro!

 

 

 

 

TROVAS

 

Integrando o Grande Todo,
atente no seu porvir.
— Quem procura andar no lodo,
perde o afã de evoluir.

 

* * *

Um lema trago comigo,
fruto de observação:
Nem sempre irmão é amigo,
mas amigo é sempre irmão!

 

 

 

AS CINCO PONTAS

 

Com cinco pontas, nos cimos,

uma estrela. Mas foi quando,
adormeci que nos vimos
e então comecei falando.

 

Desejo, desde menino,
Poesia, que tu me salves,
dando-me o estro supino
e humano de Castro Alves.

 

Por um momento que fosse,
possuir quisera eu
esse estilo ingénuo e doce
de Casimiro de Abreu.

 

Não raro, comigo cismo:
rima, quanto me darias,

através do indianismo
de Antônio Gonçalves Dias.

 

Difícil compor sozinho
estrofe que o sonho aplaque
de civismo e passarinho,
de amor, como o fez Bilac.

 

E por que, Musa, descuras
se pesares de mim tanjo-os
?
Que cores deste às agruras
do grande Augusto dos Anjos!

 

Estrela, quando te fores,
porque me deixaste às tontas,
por mim, louva esses cantores,
louva as tuas Cinco Pontas.

 

 

 

 

TROVA

 

Parto e chego e na chegada,
alegre, abraçando os meus,
falo, com alma enlevada,
— Muito obrigado, meu Deus!

 

 

 

MARINHAS

O escrevente eu conheci. Tranquilo,
de brincadeira inconsequente ria.
Em terra, de uniforme em grande estilo.
a bordo às voltas com burocracia.

Magro, pequeno, fácil distingui-lo,
entre os demais, se formatura havia.
Embrulho sempre à mão. Que era aquilo?
Já intrigado perguntei-lhe um dia.

Espertigou-se e respondeu: não acha
que se o baixote leva luma bolacha
do grande e vai à forrra está direito?

Pegue, é tijlo, com papel e fita.
Fiz dele oferta que ficou bonita,
para um valente receber no peito.

 

 

 

 

“FAR WEST”  (V. Nota)

 

Francisco, o “Far West”, era excelente praça.
Pintando, com zarcão, sobre o convés da proa,
a ordem recebeu: tua faxima passa,
que está de externo, vai, muda o uniforme e voa.

O marujo ficou atônito, sem graça.
De bordo até o correio, uma distância boa.
Ainda que depressa a caminhada faça,
quando chega, o final do expediente soa.

A funcionárai o agride: olá, cabra da peste,
como tu demoraste! Agora que vieste?

Quem passa no bicheiro algum atraso tem...

“Far West” retruca: oh, não procedo assim!
O navio distante, a condução ruim...
Eu me esforcei demais, para te ver, meu bem!

Nota: externo, encarregado
da correspondência.

 

 

NEM SEMPRE... O SONO

Matar no sono, que restringe a vida,
esse dulçor das horas prazerosas
?
Deixar a realidade colorida
plena de aroma de aromadas rosas?

Quando aos anelos sobrepõe-se à lida
e sobrevém as aflições danosas,
parece ele dizer que nos olvida,
ou que viaja rumo às nebulosas.

Estando o corpo amolecido, lasso,
visando a libertar-se do cansaço,
na fuga, a hibernação buscar procura.

Certo não fora, num deliquio imerso,
fruindo o quanto amamos do universo,
o sono interromper nossa ventura.





EQUILÍBRIO

Desfilam na lembrança maus pesares,
porque inseridos numa extrema lista.
Esquece-os. Bem melhor não ensejares
a ti lamento que martírio enquista.

Sáfaro solo aqui, além pomares,
a alma ora fraterna, ora egoísta.
Valor e desvalor, se os comparares,
verás que um brilha e que outro ofusca a vista.

Agindo e reagindo sem disfarce,
consegue a tua mente equilibrar-se
e envolto em mágoas nunca te esvazias.

Astro, possuis periferia e centro.
Se falta o calor fora tens por dentro
um núcleo elaborando calorias.

 

 

CONVITE À PRECE

Viver e a vida palmilhar sorrindo,
numa perene e extensa primavera
e, dia a dia, ter o sol mais lindo,
no amanhecer que alegremente espera.

Como afundar-se a lagrimar carpindo
realidade nebulosa e austera?
Por que descer no sofrindo infindo?
Por que deixar de embelecer quimera?

Pisar ínvio caminho que aniquila,
como se fosse região tranquila,
rosal multicolor que refloresce...

E em seca e sismo e enchente ver apenas
atos de Deus prenunciando cenas,
ondo o Pai Nosso é fervorosa prece.

 

 

SINCERIDADE

Foi seu morto chorar, vendo ao redor tristeza;
tremeu, como se trema, enregelado, aflito,
sobre as águas d eum mar que a ventania enfesa,
ensejando pavor e consequente grito.

Quis seu morto lembrar, pintando-lhe a grandeza:
chegou a dar-lhe forma e proporções de um mito;
homenagem prestou, com lamparina acesa
o epitáfio gravado em mausoléu bonito.

O pranto aflorou, que a marca ainda se vê,
saiu do coração, considerando que
tudo fez em favoar de que julgara seu.

Assim, restam: saudade embaladora e amena;
oração como lírio, ou cândida açucena
e o amor que em vida uniu, que a morte enobreceu.

 

*

 

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Página publicada em abril de 2021


 

 

 
 
 
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